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Aumento da despesa e da capacidade

O aumento substancial, apesar de volátil, da ajuda do Governo resultou em um aumento da despesa com a investigação agrária durante o período de 2011–2014. Apesar deste crescimento, Moçambique ainda investe uma proporção muito baixa do seu PIB agrária (PIBAg) na investigação agrária—0,36 por cento em 2014—o que é bastante inferior à percentagem alvo de 1 por cento definida pela União Africana e a Organização das Nações Unida. O número de investigadores agrários diminuiu acentuadamente em 2012 e 2013 devido a redução do número de investigadores licenciados. Contudo, o número de investigadores com grau de Mestrado e Doutorado continuou a aumentar durante o período 2011–2014.

Redução da ajuda de doadores

Após o conflito político que terminou em 1992, Moçambique recebeu de doadores um financiamento substancial para reconstruir o seu sistema de investigação agrária, mas esta ajuda tem sido insignificante desde 2011. Com excepção de um empréstimo do Banco Mundial para apoiar a investigação do arroz ao abrigo do programa APPSA, o IIAM a principal instituição de investigação agrária do país, está totalmente dependente de financiamento do Governo. Embora as contribuições do Governo para o IIAM tenham aumentado ao longo do tempo, elas continuam a ser baixas, principalmente em termos das operações diárias e de investimentos de capital.

Necessidade de formação

Os investigadores do sector agrário em Moçambique são na maioria jovens, com grau de Mestrado ou Doutorrado, e com necessidade de orientação e experiência. A partir de 2014 apenas 11 por cento tinham Doutoramento. Um obstáculo à formação é a falta de programas de Mestrado e Doutoramento relevantes em Moçambique. O programa APPSA, financiado através de um empréstimo do Banco Mundial, inclui uma grande componente de desenvolvimento de recursos humanos, mas são necessários mecanismos adicionais para reforçar o “banco” de investigadores do sector agrário do país através de formação, melhor remuneração e outros incentivos. 

Desafios à segurança alimentar

Moçambique ainda enfrenta frequente escassez na produção de alimentos, principalmente em áreas sujeitas a secas e inundações. Potencialmente, a investigação pode fornecer as soluções tecnológicas necessárias para permitir que o país inverta as tendências de redução da produtividade agrária e consiga alcançar a segurança alimentar. São necessários maiores investimentos em recursos humanos, infra-estrutura e programas de investigação, assim como a criação de incentivos e mecanismos que reforcem o fornecimento de serviços de extensão e aconselhamento e que envolvam o sector privado na investigação agrária.

Authors
Nienke Beintema e Antonieta Nhamusso
Year
2016
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